A elaboração de uma Carta Geológica é uma tarefa complexa e demorada que comporta as seguintes fases:
Em geral, uma carta geológica não necessita, à partida, de material sofisticado para a sua elaboração (levantamento): é indispensável a carta topográfica da área a levantar (, lápis, borracha, livro de campo, lupa de bolso, martelo e bússola, bornal para transporte de amostras e ... cabeça e pernas.
Na verdade, o geólogo, munido apenas daquelas ferramentas, vai percorrendo todo o terreno da carta procurando e identificando a natureza dos afloramentos rochosos existentes, e neles "ler" características que possam traduzir como e quando foram originados e que vicissitudes sofreram.
Na carta topográfica, o geólogo vai localizando os afloramentos e traçando os limites entre as diferentes "qualidades" ou conjuntos de rochas que possam ser agrupadas por terem características comuns ou a mesma idade. Este trabalho, executado no campo, designa-se por "levantamento geológico".
Geralmente são necessários estudos complementares, mais detalhados (estudo de fósseis, microscopia, análises químicas ou isotópicas), e então o geólogo faz uma colheita de amostras (rochas, minerais ou fósseis), as quais são etiquetadas e localizadas na carta topográfica, para análise posterior no laboratório.
No livro de campo vão sendo registadas todas as informações consideradas úteis para a carta e para a compreensão da geologia da região, tomando notas sobre as particularidades mineralógicas, sedimentológicas, estruturais ou outras que se entenda deverem ser assinaladas e que foram observadas nos afloramentos. Frequentemente, recorre-se ainda ao registo fotográfico dos afloramentos, particularidades destes, ou aspectos do terreno que importa conservar. Muitas destas informações serão posteriormente lançadas na carta por meio de sinais convencionais que figurarão na legenda nela impressa.
- Estudos de Gabinete e Laboratório
No gabinete, a carta utilizada no campo (minuta de campo) é passada a limpo, são reapreciadas fotografias aéreas da região ou mesmo de satélite e os resultados compatibilizados com as observações de campo são integrados na carta. Examina-se a bibliografia conveniente respeitante às formações existentes e às que apresentam tipos de ocorrências semelhantes, noutras regiões.
A consulta de relatórios e testemunhos de sondagens bem como de dados sismoestratigráficos que existam para a região, complementam o conhecimento.
O material colhido no campo é alvo de investigação laboratorial.
Face aos resultados obtidos nos estudos de campo, de gabinete e laboratório atrás discriminados, o geólogo procede ao tratamento, interpretação e síntese dos dados que serão, em seguida, traduzidos graficamente na carta geológica a publicar e no texto da Notícia Explicativa.
Com o conhecimento que lhe advém deste estudo, escolhe a localização dos perfis geológicos mais representativos da carta e elabora os cortes geológicos que a acompanharão, destinados a dar a interpretação das estruturas rochosas presentes na área da carta.
No final, organiza e escreve a Notícia Explicativa, documento onde se apresenta toda a informação que não pode ser incluída na carta.
A Notícia abarca, geralmente, os seguintes capítulos:
- Estratigrafia
- Paleogeografia e Tectónica
- Hidrogeologia
- Geologia económica
- Arqueologia
- Bibliografia
A partir da maqueta de campo preparada pelo geólogo (minuta do levantamento de campo passada a limpo), elaboram-se os elementos necessários à impressão, através de diversas operações de desenho e gravação que exigem profissionais especializados.
A elaboração de cartas geológica e custosa envolvendo uma vasta equipa com domínio em áreas variadas, já que se espera que a carta seja pormenorizada. O planeta Terra é vasto e elaborar cartas geológicas para todas as regiões não será com certeza fácil, mas têm vantagens. As cartas geológicas trazem-nos conhecimento acerca das riquezas minerais, hidrológicas e energéticas de uma região, dizem-nos onde podemos ou não construir, praticar a agricultura, etc. São um guia quase imprescindível, por isso o trabalho valerá a pena.
Recomendamos a todos os interessados neste tema, principalmente estudantes de geologia, que visitem o site http://e-geo.ineti.pt/edicoes_online/diversos/cartas/capitulo6.htm de onde retiramos a informação para os últimos três posts e onde muitos outros temas são abordados de forma completamente esclarecedora.
Fontes: http://e-geo.ineti.pt/edicoes_online/diversos/cartas/capitulo6.htm
http://lestroismacaques.blogspot.com/2010/07/as-lendas-de-geiranger.html
http://www.geodesia.ufrgs.br/50anosgeologia.html
http://bonsdias-clotildedias.blogspot.com/2010_12_01_archive.html