A mina de S. Domingos constitui
uma das explorações mineiras portuguesas de maior interesse fruto da actividade
extractiva aqui desenvolvida entre 1857 e 1966. A mina localiza-se no concelho de Mértola e no sector
norte da Faixa Piritosa Ibérica (FPI), próximo da fronteira lusoespanhola.
Fig.1 - Localização da Mina de S.Domingos |
O
jazigo de S. Domingos é um depósito de sulfuretos maciços polimetálicos
vulcanogénico subaflorante subvertical que foi explorado a céu aberto até cerca
de 120m de profundidade e até 420m através de galerias e poços. Os teores
médios eram de 1,25% de cobre, 2-3% de zinco e 45-48% de enxofre. Para além da
pirite, encontram-se ainda outros minerais como a esfalerite, a calcopirite, a
galena, a arsenopirite e sulfossais. A FPI inclui-se na Zona Sul Portuguesa e
abrange um território do SW peninsular entre o Baixo Alentejo, o norte do
Algarve e a Andaluzia.
A presença de cerca de 90 jazigos
de pirite associados ao Complexo Vulcano Sedimentar, de idade Fameniano
Sup.-Viseano Sup.,confere-lhe um estatuto de província metalogenética de classe
mundial e de região mineira europeia, destacando-se neste contexto a mina de
Neves Corvo em exploração, com teores excepcionais de Cu, Sn e Zn.
Associado
aos jazigos de sulfuretos maciços e de Mn da FPI identifica-se um metamorfismo
hidrotermal (precoce em relação ao metamorfismo regional), resultante da
circulação convectiva de água do mar através das rochas vulcânicas que sofreram
elevada lixiviação e grande troca iónica.
Fig.2- Formação de fontes hidrotermais |
Nos dias de hoje, a mina encontra-se abandonada, restando apenas ruínas. Em
redor destas vêem-se lagoas ácidas com um pH de aproximadamente 2,4. Estas
lagoas foram criadas há algumas décadas atrás para fazer decantação, ou seja,
para fazer a separação de misturas heterogéneas entre um sólido e um líquido ou
de líquidos imiscíveis (que não se misturam), das escorrências da antiga mina.
No entanto, este abandono da mina é preocupante, pois coloca sérios problemas
ambientais, a nível dos impactos paisagísticos, assim como dos ecossistemas
afectados. Estas "águas ácidas" são prejudiciais para os solos,
contaminando-os, para os ecossistemas existentes perto das minas, e para linhas
de água, o que se agrava ainda mais se tivermos em conta que algumas servem
para consumo de populações.
Fig.3 - Lagoa de águas ácidas |
Fig.4 e 5 - Caminhos de ferro de S.Domingos |
A mina de S.Domingos é o exemplo perfeito de como este tipo de actividades tem um profundo impacto no ambiente. A mina, mesmo depois de desactivada, deixou os seus vestígios que prejudicam não só fauna e flora como a população humana. Infelizmente na altura em que a exploração mineira começo ainda não havia grandes preocupações com o ambiente e como tal não se tomaram as devidas medidas preventivas.
Fontes:
http://blacksmoker.wordpress.com/2009/11/01/mina-de-s-domingos/
http://www.minasaodomingos.comyr.com/mina.html
http://www.minasaodomingos.comyr.com/mina.html