No passado, o planeta atravessou uma série de períodos de glaciação intercalados com períodos de temperaturas mais amenas. Além das mudanças climáticas, essas “idade do gelo”, são caracterizadas por um crescimento das calotas polares. O crescimento das calotas polares causa dois fenómenos simultâneos: diminuição do nível do mar e sobrecarga das áreas continentais por extensões de dezenas de quilómetros por uma capa de gelo.
As mudanças do nível do mar são instantâneas. Por outro lado, a teoria da isostasia mostra que existe um equilíbrio isostático da litosfera sobre a astenosfera, refletido pelas altitudes relativas dos diversos segmentos da litosfera, dependendo de sua espessura e densidade do material que a compõe, assim o reajuste isostático ocorre mais lentamente.
Quando ocorre um período de glaciação, o nível do mar desce rapidamente, mas a litosfera permanece “elevada” por um tempo, antes de começar a subsidir. No período de deglaciação, o oposto ocorre. A elevação do nível do mar ocorre rapidamente, mas a resposta isostática ao descarregamento é mais lenta e uma grande quantidade de soerguimento residual irá ocorrer após a remoção completa da calota polar.
Um exemplo actual de soerguimento residual é observado na Escandinávia. Após o último período de deglaciação (12.000 anos), o nível do mar elevou-se rapidamente. Mas a Escandinávia, que esteve recoberta por uma camada de gelo continua soerguendo-se até hoje, segundo uma taxa média de 1 cm/ano.
Além de afectar o equilíbrio isostático do local carregado, a entrada e retirada de glaciares pode também afectar o equilíbrio isostático de regiões mais afastadas. É o que se verifica na Holanda, que acredita-se estar a afundar em virtude do soerguimento da Escandinávia. Em outras regiões, o reajuste causa a inclinação de camadas sedimentares, originalmente depositadas na horizontal.
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Escandinávia vista do espaço no Inverno |