A etimologia da palavra “mármore”
provém do grego “marmairein” ou do latim “marmor” e significa “pedra de
qualidade” ou “pedra branca”; para os geólogos o mármore é exclusivamente uma
rocha metamórfica cristalina e carbonatada, composta por cristais de calcite
(mármore calcítico) ou dolomite (mármore dolomítico), resultante da
recristalização de rochas calcárias ou dolomíticas previamente existentes. Um
conceito comercial mais comum refere que o mármore é toda a rocha cristalina
sedimentar ou metamórfica, carbonatada ou não, que apresentando um aspecto
semelhante ao do mármore, possa ser extraída em blocos, evidencie boas
características para o corte e seja susceptível de adquirir bom polimento. No
caso dos mármores alentejanos, apenas se exploram os de natureza calcítica
embora os mármores dolomíticos sejam mais abundantes, estão muito fracturados e
deles não é possível obter blocos com dimensão comerciável (dimensões médias próximas
de: 2m x 1,5m x 1,2m).
Fig.1 - Mármore de Estremoz |
Das imagens de marca que Portugal
disponibiliza ao Mundo, os Mármores de Estremoz estão entre as mais conhecidas.
A excelência evidenciada pelas variedades cromáticas mas também, e cada vez
mais, pelas suas propriedades físico-mecânicas, em função de constrangimentos
de mercado, colocam os Mármores de Estremoz entre os melhores do Mundo, sejam
quais forem os parâmetros comparativos que se utilizem.
O anticlinal de Estremoz
corresponde a uma estrutura simétrica com um núcleo precâmbrico a que se
sobrepõe uma Formação Dolomítica de idade câmbrica inferior, os mármores
calcíticos explorados como rocha ornamental ocorrem intercalados no Complexo
Vulcano-Sedimentar-Carbonatado de Estremoz onde constituem a maior parte do
volume. A sequência completa-se com xistos negros e liditos, por vezes com
graptólitos, de idade silúrica. Esta sequência tem equivalência litológica com
a que ocorre na Green Mountain, no Estado de Vermont – EUA. Esta
correspondência transporta-nos para uma evolução geodinâmica de abertura e
fecho de oceanos que não podemos retratar neste pequeno texto.
A extracção deste recurso
remonta, pelo menos, ao Período Romano existindo, ainda, preservados vestígios
desta actividade com mais de dois mil anos. O indício mais antigo reconhecido
da utilização dos mármores na região alentejana, data do ano 370 a.C. e
consiste numa lápide mandada executar pelo capitão cartaginês Maarbal, na sua
viagem de Faro para Elvas, que foi descoberta por Túlio Espanca em Terena -
Alandroal. É interessante referir que no Séc. I, tendo os Romanos já adquirido
experiência na extracção e transformação de mármores em Itália, rapidamente
reconheceram o valor dos mármores alentejanos passando a utilizá-los
sistematicamente na arquitectura peninsular, tanto em edifícios públicos como
particulares. Aos olhos de um leigo poderia parecer que assim não seria e que
eles teriam trazido os seus mármores para a Península Ibérica, no entanto a
análise comparativa entre isótopos de carbono e oxigénio permitiu, sem qualquer
dúvida, afirmar que, por exemplo, na edificação do Templo Romano e de outras
construções romanas de Évora, os mármores encontrados provieram do anticlinal
de Estremoz.
Fig.1 - Pedreira de Mármore de Estremoz |
Para além das explorações de
mármore no anticlinal de Estremoz existem ainda outros locais que no passado
foram intensivamente explorados, a saber por ordem crescente de importância:
Brinches; Escoural; Serpa; Viana do Alentejo; Trigaches e Vila Verde de
Ficalho. Nestes locais exploravam-se rochas únicas pelas cores e texturas que
apresentavam, no entanto, apenas os dois últimos mantêm pedreiras activas.
Fontes: http://olhares.uol.com.br/marmore-de-estremoz-foto172588.html
http://www.alentejolitoral.pt/PortalAmbiente/RecursosNaturais/Recursos%20geologicos/Paginas/Rochasornamentais.aspx
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